segunda-feira, 19 de abril de 2010

O prêmio ficou na cidade sorriso


O primeiro lugar do prêmio Patativa do Assaré foi para o poeta, contista, cronista e músico sousense Edilberto Abrantes (foto) com a poesia "Oh Sousa!". A segunda colocação ficou com Joelly Fernandes Queiroz que inscreveu a poesia "Tanta Coisa". Já o Poeta da Dor, também sousense, Edicarlos Gomes Sobreira, ficou com a terceira posição com sua poesia "Meus Versos".

Seguem abaixo a poesia vencedora e a terceira colocada, na íntegra:

OH SOUSA!

Quereis que furte a mim mesmo
Em não confessar o amor
Que tenho por ti? Não é segredo,
Já o digo em meu suor.

Sempre peço por teus rios
Por teus filhos desnutridos
Teus amores concebidos
Nesse trem de gerações
Quanta vida em tuas praças

Tuas ruas
Sempre cheias de alegria
Tua história sem memória
Faz chorar velhas fotografias
Os casarões em ruínas
Do teu passado de glória

Oh Sousa em que te fias?
Nos teus olhos de menina
Centenária? Salve bela
Do barroco renascentista
A art nuveaux do teu casario
Do gótico de tuas catedrais
Oh amada centenária
Dos ambulantes,
Sonhos itinerantes
Sousa macro
Sousa marco
Sousa centro cultural
Político e social
Do sertão Paraibano.

MEUS VERSOS
de Edicarlos G. Sobreira

Meus versos?....Meus versos são rasteiros,
Simples, certeiros.
Não existem palavras difíceis, tudo e tão natural.
Meus versos?...Meus versos são partículas de seu sorriso,
Vento suave às vezes tempestades.
Não tem grandes realidades, mas e surreal
Meus versos?....Meus versos senhor!
São versos vazios, preenchidos de dor.
São recolhidos, abafados, rejeitados.
Meus versos?...Meus versos são infantis, amadores,
Cheios de erros com letras de primário.
Meus versos?...Meus versos não são de um poeta
E sim! De um sonhador triturado pelo amor.

Durante a apresentação da banda Coiteiros - que tem os poetas Getúlio Salviano e Jofran di Carvalho entre seus músicos - foi recitada a poesia de Augusto dos Anjos que segue abaixo como degustação da noite de premiação do II Festival da ASP.

A árvore da serra

— As árvores, meu filho, não têm alma!
E esta árvore me serve de empecilho...
É preciso cortá-la, pois, meu filho,
Para que eu tenha uma velhice calma!

— Meu pai, por que sua ira não se acalma?!
Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?!
Deus pos almas nos cedros... no junquilho...
Esta árvore, meu pai, possui minh'alma! ...

— Disse — e ajoelhou-se, numa rogativa:
«Não mate a árvore, pai, para que eu viva!»
E quando a árvore, olhando a pátria serra,

Caiu aos golpes do machado bronco,
O moço triste se abraçou com o tronco
E nunca mais se levantou da terra!

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