domingo, 20 de dezembro de 2009

CONVOCAÇÃO GERAL!


Atenção movimento cultural e sociedade civil, a Fundação Municipal de Cultura de Sousa-PB comunica que a eleição dos membros do Conselho Municipal de Cultura, antes anunciada para o dia 22/12 deste ano, foi adiada para o dia 16 de Janeiro de 2010. A convocação está sendo feita através do Edital nº 001/2009 e se faz necessário que todos os segmentos culturais da região procurem a Fundação de Cultura do município para fazer o cadastramento das entidades culturais, dos candidatos ao conselho, dos eleitores da sociedade civil e de todos os envolvidos com a cultura de nossa terra. O Conselho Municipal de Cultura só será uma realidade em nosso município com a participação de todos!
O Horário de funcionamento da fundação é das 8:00 às 13:00 horas, de segunda a sexta!

Edilberto Abrantes.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Alô Movimento Cultural


O movimento cultural sousense, bem como toda a sociedade civil sousense estão sendo convidados a participar da formação do Conselho Municipal de Cultura de Sousa em reunião a ser realizada no dia 22 deste mês na auditório da Secretaria de Educação do Município. A Fundação Municipal de Cultura e a Prefeitura de Sousa, estão dando um grande passo para a consolidação da cultura em nossa região. É preciso que a sociedade se organize, trabalhe um sistema que possa gerenciar a cultura em nosso município com a participação de todos, começando pela eleição dos membros do Conselho, que vai nortear as prioridades culturais de nossa terra, estimulando e incentivando movimentos culturais, manifestações de cultura, resgatando as atividades tradicionais e construindo espaços para viabilizar o crescimento da cultura sousense e de toda região.
É de fundamental importância que a sociedade compareça em massa, para que possamos solidificar e sedimentar com a participação de todos a formação de um Conselho forte e representativo, que possa antes de tudo superar expectativas e alavancar a cultura local com a criação do Plano Municipal de Cultura, inserindo nosso município no Sistema Nacional de Cultura para que possamos interagir e formar parceria com o governo do Estado da Paraíba e o Governo Federal através do Ministério da Cultura.
A eleição dos membros do Conselho Municipal de Cultura será no dia 22/12/09 no auditório da Secretaria de Educação e Esportes a partir das 8:00 da manhã.
Que a sociedade civil e o movimento cultural compareçam, é que todos nós esperamos.

Edilberto Abrantes

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

"Antes que Ninguém Conte"


No ano em que o governo federal através do Ministério da Cultura cria o IBRAM - Instituto Brasileiro de Museus, instituição que vem para desenvolver e possibilitar aos municípios brasileiros a criação de museus nas cidades brasileiras para resgate da nossa memória histórico-cultural, preservando acervos e costumes, tradições e bens materiais e imateriais, quero destacar aqui o trabalho em prol da cultura sousense de Julieta Pordeus Gadelha.
Julieta é uma incansável batalhadora das expressões culturais de nossa cidade de Sousa-PB.
Escreveu um livro contando a história sousense desde o surgimento das primeiras sesmarias, das primeiras glebas de terra; desde o surgimento do primeiro automóvel na cidade nos primórdios do século passado quando nem estradas haviam, por aqui rodavam carros Ford e motocicletas Harley-Davidson. Julieta retratou em seu livro a invenção do cinema mudo e seu surgimento na cidade por volta de 1918 com seu Chico Casimiro como exibidor debaixo de um certo Tamarindo... Julieta tambem falou do Cangaço, da Nau Catarineta, dos Autos de Natal, da cultura de Sousa em "Antes Que Ninguém Conte", livro que ela lançou a um tempo atrás, mas que se transformou num marco de registro da nossa história, como ponto de referência da memória sousense.
Julieta ainda compôs o Hino da cidade, que hoje é cantado nas escolas do município e nas solenidades oficiais, sendo obrigatório na abertura das sessões da câmara de vereadores.
Outro grande legado seu, foi a criação do Centro Cultural Tozinho Gadelha, uma homenagem que ela prestou ao ex-prefeito Tozinho Gadelha seu pai, onde ela conseguiu montar um museu com um acervo de peças e imagens recolhidos por ela mesma, formando um museu de grande importância para a região. Julieta mantém este museu com recursos do próprio bolso e não tem qualquer ajuda governamental para desenvolver este importante projeto de resgate da memória sousense.
Mulher de fibra, vitoriosa, Julieta é um ícone da cultura local pela sua persistência e tenacidade em manter um empreendimento cultural dessa envergadura, sem apoio de governos ou instituições, sejam estas públicas ou privadas.
Parabéns Julieta! "Antes que ninguém Conte" estou dizendo aqui da sua importância para Sousa e para a Paraíba.
Edilberto Abrantes.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

A Morte Gratuita...


Abdias era um desses sujeitos problemáticos quando tomava uns goles a mais de cerveja, coisa que além de gostar muito, tirava-lhe o equilíbrio e o controle emocional tornando-se um bêbado problema e uma figura perigosa em seu estado de embriaguês. Abdias não era homem para levar desaforo pra casa. Qualquer desafeto seu, teria que suar sangue em qualquer enfrentamento que tivesse consigo. Não dava colher de chá para vagabundo tirar casquinha dele, não. Não dava moleza não. A família vivia em polvorosa toda vez que Abdias inventava de tomar sua cachaça! A mulher e seus parentes mais próximos não esperavam boa coisa quando ele saía de casa para beber.
A mulher dizia: - Beba não, meu filho!
Ele retrucava: - Eu sei beber, mulher.
Um dia Abdias estava em um bar da cidade quando em determinando momento esbarrou em um sujeito e como estava embriagado, deu um pulo e disse:
- Não encosta em mim. Encostou leva chumbo!
O sujeito que não o conhecia, não gostou de ser empurrado por Abdias e disse que se ele estava querendo briga ia ter. Se dirigiu até um carro estacionado em frente ao bar para pegar uma arma, segundo disse a Abdias. Esperasse por ele para brigarem a noite toda!
- Vai morrer de graça! Disse Abdias a alguns presentes no bar.
Outras pessoas se acercaram de seu desafeto que era forasteiro no lugar e o tiraram dali, dizendo que não se envolvesse com aquele sujeito o Abdias porque não faria mal a ele, a ninguem, a não ser a si mesmo. O sujeito ouviu e se afastou dali, guardando a sua arma.
Familiares de Abdias ao tomarem conhecimento de seu entrevero com o forasteiro, imediatamente o retiraram dali. Abdias não portava um canivete. Não levava consigo arma nenhuma, embora tivesse desafiado alguem que não conhecia. Ia morrer de graça!

Edilberto Abrantes.

sábado, 21 de novembro de 2009

Nilson Sótero - PARTE II.

Poetas de Laboratórios deviam respeitar os que fazem o Verdadeiro Cordel


''Senhores aventureiros a caminho do mundo fascinante do cordel, tenham bom senso e deixem o cordel seguir seu rumo mesmo com todos seus problemas, pensem na obra de arte que é “Ai se sêsse”, de Zé da Luz, se não bastar lembrem do poeta Caixa D’agua desafiando a primeira rua da cidade de João Pessoa, e disse o poeta; ‘Ladeira da Borborema tu é maior do que eu / Mas eu me assubo em tu e tu num assobe neu’. E que assim seja o espaço sagrado do cordel, sempre garantido a poetas como Mestre Divino, de Sapé e Zé Veríssimo, de Araçagi. Àqueles que não possuem veias poéticas deixo um pouquinho de Zé Limeira, só pra mostrar o quanto é sagrado o espaço do Cordel... Da carcassa de um jumento/Que bicho má, peçonhento/Lacrau e piôi de cobra/Não pode mais fazer obra/Diz o novo testamento.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Convocação Geral: Alô Movimento Cultural!


A terra no seu movimento de rotação e translação movimenta-se de forma continua em volta do sol e sobre seu próprio eixo, como os ventos que movem moinhos e mares e toda a vida de nosso planeta criando o ditado "ao sabor dos ventos"! Tudo se move, tudo se transforma, tudo acontece no planeta desde as placas tectônicas provocando terremotos, maremotos, tsunamis, até os vulcões com magmas ativos, expelindo larvas, cinzas e enxofre sobre leitos de rios e vales na sua atividade constante em função do movimento. É o movimento que dá vida às coisas, que transforma, que muda como mudam as estações, os dias, as marés, as aves migratórias, os peixes na época da piracema, como mudam os nômades.
Quero alertar o movimento cultural sousense, os artistas de um modo geral, a sociedade sousense para que no próximo mês de Dezembro/09 possamos discutir e nos manifestar em torno da eleição dos membros do Conselho Municipal de Cultura e consequentemente a criação do seu regimento interno, e a elaboração do Plano Municipal de Cultura. Nesta hora, é preciso despertar toda a sociedade para a importância do Conselho Municipal de Cultura como norteador e um divisor de águas na gestão cultural do município. Para inserção de qualquer município no
Sistema Nacional de Cultura e participar de subsdídios e investimentos federais, é necessário que o município tenha o CCPF - Tenha realizado a Conferência Municipal de Cultura; tenha o Conselho Municipal de Cultura; O Fundo Municipal de Cultura e, o Plano Municipal de Cultura. O município que não tem esses requisitos, ficará de fora do sistema e sem recursos.
O movimento cultural sousense precisa acordar. Se faz necessário que ele se movimente, não seja apenas contestatório, opositor, mas organizado e forte nas questões que beneficiam o próprio movimento, criando condições para o seu desenvolvimento e fortalecimento da cultura.
Vamos fazer uma grande eleição para a formação do Conselho Municipal de Cultura de Sousa.
É o que nós esperamos, enquanto artistas e gestores culturais.

Edilberto Abrantes.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Sou Poeta de Cordel


Eu me chamo Edilberto
e nem é bom me provocar
em se tratando de cordel
gosto de me aventurar
fazendo da poesia
minha arma, meu lugar.

Só não faço apologia
e tampouco me aventuro
a cantar sem ter prazer
não sou fogo de monturo
tampouco tábua no mar,
e não preciso de escuro

pra poder me destacar
para cantar meu repente,
preciso sim de leitores
dessa gente consciente
que devora meus escritos
de uma forma indigente

e com fome de saber,
porque o prazer do poeta
é ser lido e escutado
de uma forma completa
ter sua obra entendida
ter sua obra seleta

sem diferença de estilo
de classe gramatical
seja leitura acadêmica
romântica ou social
tenha a força do cordel
preserve o tradicional

com a força de Patativa
e de tantos repentistas
e poetas de Cordel
que em suas narrativas
criaram um encantado
mundo, de coisas vivas

no imaginário popular,
como Pedro Malazarte
e Chicô o Saltimbanco
fazendo de sua arte
a graciosidade infante
do riso e sua parte

Quem quiser saber de mim
me procure na poesia
nos artigos, nos ensaios
no canto, na alegoria
na música da minha prosa
e na minha fantasia!

Edilberto Abrantes.

Poetas de Laboratórios deviam respeitar os que fazem o Verdadeiro Cordel

O que fazer quando um bem cultural está sendo naturalmente modificado pra pior? Não existe uma fórmula conhecida além do chamado bom senso, quando o bem em questão é a literatura de cordel. Essa arte genuinamente nordestina que reúne tantos títulos importantes da poesia popular, como A Chegada de Lampião no Inferno, de José Pacheco, A Peleja de Cego Aderaldo e Zé Pretinho, de Firmino Teixeira, Pavão Misterioso, de José Camelo, Viagem a São Saruê, de Manoel Camilo, O Cão que dançou Lambada no Maior São João do Mundo, de Antonio Lucena, além dos versos de Patativa do Assaré, Zé Limeira e Zé da Luz entre tantos iluminados está perdendo sua essência. Tem muita gente nova se aventurando na literatura de cordel, muitos até com formação acadêmica e que fazem um cordel inteiramente técnico, sem emoção e sem noção.

texto de Nilson Sótero no Pbnews.com.br NA ÍNTEGRA
Vale a pena ler.

sábado, 14 de novembro de 2009

Troca de Ideias Genial!


O CCBNB promoveu na tarde de ontem dia 13/11/09 um encontro literário da maior importância para a literatura sousense. Foi um "Troca de ideias" evento dos mais significativos dentro da programação do Centro Cultural, que trouxe o poeta sousense Raul Antonio Marques e sua obra para junto do público sousense presente no evento. Um bom público se fez presente, entre estudantes, educadores, poetas, ativistas culturais e pessoas amantes da boa leitura, que de uma forma acolhedora e participativa valorizaram a realização do evento, questionando, buscando respostas do poeta Raul Marques sobre o seu momento de criação, o seu imaginário criativo, suas convicções políticas enquanto cidadão e artista (o poeta também é músico e compositor) além de bancário e pastor da I Igreja Batista de Sousa. Dentre os poetas presentes, destacamos Edilberto Abrantes, Tinto Marques, Joselito Garrido, Sérgio Silveira e a escritora Maria do Desterro Formiga.
O escritor fez uma análise de seus livros, dentre eles "RUA DOS HOMENS" e "ILUSTRE VAGABUNDO" Livros com mais de 30 anos de publicação, mas na vanguarda, na contemporaneidade de sua riqueza poética guardando grandes pérolas no seu mar literário por onde navegam os versos do Poeta sousense Raul Marques.
Conhecer a obra de Raul Marques é um prêmio e um prazer indescritível para nós, amantes da boa leitura (confessou-me um dos presentes) maravilhado com a magia do momento.
Parabéns ao CCBNB pelo troca de ideias com o autor, e parabéns ao Poeta Raul Marques pela sua performance no evento e o seu legado cultural para toda comunidade sousense. Parabéns tambem ao público presente.

Edilberto Abrantes.

Até a EMATER tem um programa de incentivo a leitura(enquanto isso, aguarda-se o da Fundação)

Programa ‘Arca das Letras’da Emater, está sendo avaliado, após completar 02 anos com seus 44 agentes de leitura.

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba (Emater-PB) promove no próximo dia 24, a 1ª Avaliação do Programa 'Arca das Letras', que será realizada na Associação Rural do Assentamento Nova Aurora, em Pedras de Fogo, e irá reunir mais de 70 participantes.

A programação do encontro consta de apresentação de vídeos, palestras sobre educação do campo e um trabalho em equipes com a finalidade de avaliar o desenvolvimento das ações do Programa nos municípios onde foi desenvolvido.


"Iremos mostrar com esse encontro como o ‘Arca das Letras’ contribuiu nas comunidades ao longo de dois anos, e também quais os pontos a serem melhorados a fim de fortificá-lo", destacou a coordenadora do programa, Ivanalda Di Lorenzo, assessora estadual do Núcleo de Extensão Social (NUESO) da Emater-PB.

Na ocasião, estarão presentes representantes da Emater-PB, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), das Prefeituras de Pedras de Fogo e de Gurinhém, do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS), assim como os 44 agentes de leituras dos municípios participantes.

O Programa ‘Arca das Letras’ é um projeto executado pela Emater-PB em parceria com o MDA que leva bibliotecas para comunidades da zona rural. Essas arcas são compostas por cerca de 300 livros e ficam localizadas em residências de famílias da comunidade ou em associações rurais.

De acordo com Ivanalda Di Lorenzo, essas bibliotecas se encontram nesses locais para um melhor acesso da comunidade, sendo os agentes de leitura os responsáveis por essas Arcas. "Elas estão disponíveis toda hora, inclusive nos finais de semana", disse.

matéria do Jornal "A UNIÃO".

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Parabéns à Emater pela inciativa...

Tomara que outros órgãos governamentais de EDUCAÇÃO E CULTURA de nossa querida Sousa, como diria o saudoso Pe. Dagmar, também possam acordar para a carência de leitura de nosso povo.

Saudações poéticas.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A marcante presença da Poesia no Vestibular 2010

Os candidatos da 1ª etapa do Vestibular 2010 da Universidade Federal de Campina Grande enfrentaram, no último dia 09 de novembro, mais de uma dezena de questões: entre objetivas e as chamadas abertas e discursivas (é aqui que a cobra fuma!) somente nas provas de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira.

Devemos ressaltar que a UFCG neste ano caprichou nas provas ao incluir em mais de 60% das questões objetivas e numa das duas questões abertas, a análise de obras de grandes nomes da nossa velha e salutar Poesia Brasileira...

O problema maior, segundo comentam alguns jovens alunos, estava no nível da análise solicitada e na dificuldade de compreensão textual das POESIAS apresentadas...
Ler poesia, na verdade, deve ter dado uns nós e causado dores de cabeça em alguns jovens e adultos acostumados a só ouvirem e repetirem a `pornô-music` que vem de programas de alguns trapalhões e suas loiras, dos inesquecíveis programas de auditório dos domingões, suas calcinhas e seus jurados, das rádios, churrascarias, bares, enfim, escapam poucos ambientes como igrejas e afins que não aderiram... Até agora. Mas...

Já temos um bom numero de ‘escolas’ no “trenzinho”. Em nossa região tem até comemoração de dia dos professores, digo, dia dos Mestres “descendo com a mão” e, infelizmente, sabe Deus o que mais se houve nestes equipamentos sonoros que, não faz muito tempo, tocava “coração de estudante”... Assim não tem Paulo Freire que resista! “seus danadinhos!”, como dizem as novas ‘composições’. Se continuarmos nesse ritmo (se é que se pode chamar assim), poesia no vestibular será sempre um porre para a nossa juventude.

Clamo agora aos poetas: sempre que pudermos, lembremos a essa inexperiente moçada jovem (maior cobaia dessas sonoridades modernas e desmioladas) pra ter cuidado com essas manias... de “créus”, “lacraias”, “frentinhas”, “corra-corra”, “tome-tome-tome”, “desce com a mão”, etc. Nenhuma Universidade, que se preze, fechará os olhos para estudantes que não tenham condição, sequer, de ler e que pretendam entrar pelas brechas dos vestibulares...para sentarem-se em suas cadeiras.

Nem toda hora, a gente pode contar com as respostas do Google!
Ainda é preciso pensar pra existir.

Nossas saudações, sempre na base da poesia!

Seguem as obras de Cruz e Sousa e de Mario Quintana dadas como subsídio para responder às questões do vestibular 2010.

LITANIA DOS POBRES
(Cruz e Sousa)

Os miseráveis, os rotos
são as flores dos esgotos.

São espectros implacáveis
os rotos, os miseráveis.

São prantos negros de furnas
caladas, mudas, soturnas.

São os grandes visionários
dos abismos tumultuários.

As sombras das sombras mortas,
cegos, a tatear nas portas.

Procurando o céu, aflitos
e varando o céu de gritos.

Faróis à noite apagados
por ventos desesperados.

Inúteis, cansados braços
pedindo amor aos Espaços.

Mãos inquietas, estendidas
ao vão deserto das vidas.

Figuras que o Santo Ofício
condena a feroz suplício.

Arcas soltas ao nevoento
dilúvio do Esquecimento.

Perdidas na correnteza
das culpas da Natureza.
(...)


CRIANÇAS NEGRAS
(Cruz e Sousa)

As pequeninas, tristes criaturas
ei-las, caminham por desertos vagos,
sob o aguilhão de todas as torturas,
na sede atroz de todos os afagos.

Vai, coração! Na imensa cordilheira
da Dor, florindo como um loiro fruto,
partindo toda a horrível gargalheira
da chorosa falange cor do luto.

As crianças negras, vermes da matéria,
colhidas do suplício à estranha rede,
arranca-as do presídio da miséria
e com teu sangue mata-lhes a sede!

SEISCENTOS E SESSENTA E SEIS
(Mario Quintana)

"A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo...
Quando se vê, já é 6ª- feira...
Quando se vê, passaram 60 anos...
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade

Eu nem olhava o relógio
Seguia sempre, sempre em frente...

E iria jogando pelo caminho a casca dourada
e inútil das horas"

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Você já ouviu falar no maior prêmio de Literatura do Brasil?

E o prêmio de melhor livro vai para...

ASTIER BASÍLIO - Jornal da Paraíba

Prêmio dá mais leitores? Provavelmente sim. No mínimo chama mais a atenção, rende matérias, ajuda a alavancar a carreira de iniciantes, destaca novas obras de autores já consagrados. Criado há 50 anos, o prêmio Jabuti é o de maior prestígio dentre os que estão em vigor no Brasil. É o velho e bom Jabuti quem premia mais categorias: 21 ao todo.

Os grandes vencedores da edição deste ano foram, o gaúcho e imortal da Academia Brasileira de Letras, Moacir Scliar, na categoria ficção, com o romance Manual da Paixão Solitária.

Para livro de não ficção, o vencedor foi Monteiro Lobato: Livro a Livro, de Marisa Lajolo e João Luís Ceccantini.

Veterano e consagrado, Scliar ganha pela quarta vez o prêmio.

Vencedora pela segunda vez do prêmio, Alice Ruiz não é nenhuma desconhecida no meio cultural brasileiro. Ela não é só a viúva de Leminski, mas uma poeta das mais vigorosas. Quem descobriu isso foi Zeca Baleiro, que musicou poemas dela, a exemplo de “quase nada”.

Não dá para fugir de uma constatação. O Jabuti não é uma vitrine de revelação de novos talentos, mantém a sua importância mesmo sendo uma premiação com forte peso das editoras.

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Outras informações
www.unicamp.br

Jorge Amado, foi o primeiro vencedor, pelo romance “Gabriela, Cravo e Canela”

O mais tradicional prêmio do livro - O Jabuti é mais que um prêmio literário. Além de contemplar categorias tradicionais como Romance, Contos, Crônicas e Poesia, abrange diversos segmentos editoriais, como Ciências Exatas, Humanas, Direito, Economia e Artes. Profissionais das áreas de criação e produção, como tradutores, ilustradores e designers gráficos também são agraciados pelo Jabuti. Por isso, ele é reconhecido pelo mercado editorial como o prêmio mais tradicional do livro brasileiro.

Curador do Prêmio desde 1991, José Luiz Goldfarb destaca que receber o Jabuti é um desejo acalentado por todos aqueles que têm o livro como seu ideal de vida. “Após completar meio século de vida, o Jabuti segue sua caminhada, sempre empenhado em dosar visibilidade, transparência, credibilidade e representatividade.

História - O Jabuti foi criado entre os anos de 1957 e 1958 por Edgar Cavalheiro, então presidente da CBL, com o objetivo de prestigiar e difundir o trabalho de escritores, editores, livreiros, ilustradores e gráficos, nos moldes do que se fazia em vários países da Europa.

O jabuti é um animal que se caracteriza pela paciência e tenacidade, por isso foi escolhido para simbolizar a atividade dos profissionais do livro.

A primeira cerimônia de entrega do Prêmio Jabuti aconteceu no fim de 1959, no auditório da CBL, e Jorge Amado, foi o primeiro vencedor, pelo romance “Gabriela, Cravo e Canela”.

De lá para cá, o Jabuti ganhou prestígio e reconhecimento, agraciando grandes nomes da literatura brasileira, entre eles Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Nélida Piñon, João Ubaldo Ribeiro, Lygia Fagundes Telles, Cecília Meirelles, Otto Maria Carpeaux, José Paulo Paes, Gilberto Freyre, Antonio Candido, Cassiano Ricardo, Ruth Rocha, Haroldo de Campos, Raduan Nassar, Ruy Castro, Milton Hatoum, Ferreira Gullar, entre muitos outros.

Por Sérgio Casimiro

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Mais um site de poesia é lançado em Sousa

O poeta JOSÉ ALVES DA SILVA, sócio Honorário da Academia Paraibana de Poesia e
Sócio Fundador da Academia Sousense de Poesia, autor dos livros "Poemas da Vida", "Retalhos da Imaginação","Sonetos & Sonetos" e "Fragmentos do Tempo", disponibilizou para todos os internautas um site pessoal que traz muitas informações de sua carreira poética e naturalmente, muita poesia para ser lida em primeira mão.

Fica o nosso abraço ao poeta e o convite aos amantes da poesia para também acessarem o link que segue:

http://www.poetazealves.com.br/

Por Sérgio Casimiro

Atenção professores de Literatura: mais um talento para a poesia brota da Cidade Sorriso

Ele vem do Conjunto Dr. Zezé e adotou o pseudônimo EDY: O POETA DA DOR...

O poeta Edcarlos Gomes Sobreira desde os seus tempos de banco de escola, sentia a necessidade de utilizar-se da poesia como instrumento de transformação do seu meio. Suas poesias se encaixam perfeitamente no conceito do poeta norte-americano Ezra Pound quando ele diz que um bom poema é aquele que nos dá a impressão de que está lendo a gente, e não a gente a ele e é justamente assim que nós nos sentimos quando ouvimos ou lemos a poesia do Poeta da Dor.

Além de grande poeta este paraibano tem uma longa experiência como ator no grupo de teatro FRANSART, o que contribui, e muito, para a realização de recitais performáticos desse "poeta da dor" que já no primeiro livro lançado sob o título: ALÉM DA DOR mostrava a influência de Augusto dos Anjos e de Fernando Pessoa traduzindo em poesia o medo, a angústia, a denúncia e a solidão.

Edcarlos participou de vários festivais como o FESP, FESERP, PATATIVA DO ASSARÉ e o CRUZ E SOUSA e está se preparando para lançar uma coletânea com seus melhores poemas, cujo título será: PESCADOR DE ILUSÕES.

Como é justo e necessário a poesia de Edcarlos Sobreira que recentemente tornou-se membro da Academia Sousense de Poesia, faz-se presente no blog dos poetas sousenses...

"MEUS VERSOS"

Meus versos?....Meus versos são rasteiros,
Simples, certeiros.
Não existem palavras difíceis, tudo e tão natural.
Meus versos?...Meus versos são partículas de seu sorriso,
Vento suave às vezes tempestades.
Não tem grandes realidades, mas e surreal
Meus versos?....Meus versos senhor!
São versos vazios, preenchidos de dor.
São recolhidos, abafados, rejeitados.
Meus versos?...Meus versos são infantis, amadores,
Cheios de erros com letras de primário.
Meus versos?...Meus versos não são de um poeta
E sim! De um sonhador triturado pelo amor.

EDY: O POETA DA DOR

Por Sérgio Casimiro

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

FUNJOPE não honra, há 2 anos, um edital de literatura


A "Gestão" Chico César
Pelo Poeta Ed Porto

Na abertura da 2ª Conferência Municipal de Cultura de João Pessoa (COMCULT JP), ocorrida de 15 a 17 de outubro de 2009, lancei o seguinte desafio ao Chico César: assuma de fato a gestão da FUNJOPE ou renuncie. Usei como argumento o fato de que não honram, há 2 anos, um edital de literatura onde 10 artistas deveriam ser contemplados com a publicação de suas obras (não me inscrevi neste edital). Este problema perpassa três gestões desta Fundação, incluindo, obviamente, a atual. Sugeri que Chico César passasse mais tempo na cidade, para tentar resolver os problemas da Fundação. Ele respondeu que ao assumir, há cerca de 5 meses, se comprometeu a fazer shows apenas nos finais de semana e fora da Paraíba. Também disse que morava aqui na Ponta do Seixas e que eu estava fazendo acusação leviana. Não tive direito à réplica: cassaram minha fala. Pretendo rebatê-lo agora neste espaço.

É sabido que Chico César se dedica muito mais á sua carreira do que à gestão da cultura local (e não me venha com o argumento de que vive aqui ou de que o pessoal da FUNJOPE o substitui quando viaja). O fato é que desde que assumiu, ele cumpre normalmente sua agenda de shows. Fez turnê pela Europa em julho, cumpriu agenda em agosto e, em setembro, com seis shows em dias úteis, três aos sábados e um no domingo. E olha que Chico disse em público que faria shows apenas nos finais de semana! (imprimi agenda em seu site http://www2.uol.com.br/chicocesar), e em outubro (curiosamente em sua agenda de outubro só constam três shows: um em Buenos Aires (Argentina), e outro em Parauapebas (PA). Todavia, segundo informações de músicos locais, em outubro Chico fez outros shows em Minas Gerais, Pernambuco e Rio de Janeiro. Será que Chico está omitindo dados de sua agenda oficial? Um diretor executivo de um cargo público deve agir assim?

Um dos temas da 2ª COMCULT foi cidadania. Cadê a cidadania? Ela deveria começar pelos artistas. Quais os resultados práticos da gestão quase semestral de Chico César? Enquanto ele faz shows, artistas contemplados em editais não recebem a devida premiação. Enquanto viajava, o pessoal abnegado da FUNJOPE, com baixo salário, trabalhava na organização da 2ª COMCULT JP, no Circuito das Praças etc. Este pessoal faz parte dos novos Sem-Teto, amontoados no Casarão 34, sem dignas condições de trabalho. Cidadania começa pelos funcionários. Cadê a gestão de Chico em prol dos funcionários? Poderia se dedicar mais para tentar resolver os muitos problemas da FUNJOPE que carece do empenho de seu diretor executivo, e não de seus substitutos. Reitero o desafio a você Chico César: assuma de fato e de direito a FUNJOPE; ou renuncie para que o prefeito e seus assessores culturais nomeiem alguém dedicado à gestão cultural da cidade.

(matéria publicada hoje na seção Opinião do Jornal Correio da Paraíba)

Fonte:http://ed_porto.blog.uol.com.br/ em 29/10/2009



Por Sérgio Casimiro

Leis de incentivo à Cultura no Senado Federal

Projetos de Lei que envolvem a Cultura deverão ser analisados com prioridade no Legislativo

O presidente do Senado, José Sarney, afirmou que enquanto estiver à frente da Casa a Cultura terá prioridade nas pautas do Legislativo. A declaração foi feita nesta quarta-feira, 4 de novembro, durante uma reunião com o ministro da Cultura, Juca Ferreira, o presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Cultura, deputado Geraldo Magela (PT-DF) e diversos artistas.

Durante o encontro Juca Ferreira pediu à Sarney que os projetos de apoio à Cultura fossem avaliados “com atenção e carinho” pelos parlamentares. De acordo com o ministro, a Economia da Cultura no Brasil já é responsável por cerca de 5% do PIB e lembrou que esse potencial pode crescer ainda mais. “Nos Estados Unidos a Cultura já é a segunda maior economia, na Inglaterra é a terceira. Nosso país tem potencial para isso.”

Ressaltou, ainda, que o Brasil enfrenta uma grande desigualdade cultural, por isso é necessário aumentar os investimentos no setor. “O Anuário de Estatísticas Culturais revelou que apenas a TV Aberta atinge todos os brasileiros e cerca de 90% da população não vai ao cinema”, disse.

O ministro citou a reforma da Lei Rouanet, a criação do Fundo Pró-leitura, o Vale-Cultura, a proposta de incluir a Cultura como Direito Social, o Plano Nacional de Cultura, a modernização do Direito Autoral e o Simples da Cultura como exemplos de projetos essenciais para o setor.

“Com esse conjunto de leis a gente muda a situação da Cultura no Brasil. Serão mais recursos, mais bem aplicados e com a possibilidade de todos os artistas, de todos os lugares do Brasil, terem acesso a incentivos”, enfatizou.

fonte: Ministério da Cultura - www.cultura.gov.br



Por Sérgio Casimiro

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O Peso da Conquista


Buscar algo
é imaginar o desejado
querer o conquistado
perder o medo.

Correr desenfreado,
chegar com o gosto amargo.
engolir e ser invejado
por acreditar deixar um legado.

O peso da conquista,
está nos lábios, na cabeça, ao lado,
incomoda.

A responsabilidade é algo representado
por atos no tablado.
Fatos e fotos mostrados
não pode está errado.

Toda conquista
tem seu preço e sua renúncia.
Por isso, sejamos a conquista,
Porquê o peso carregamos todos os dias.

Osnildo Silveira.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Encouraçado


Olhei-a bem no fundo dos olhos
cara a cara, de orelha a orelha,
um fogo queimando a centelha
com sua chama os olhares nossos!

Um secura na garganta e o travo
de um delicioso suco de caju
nos impedia de dizer um u
um ai que fosse, um desagravo!

e o seu olhar pertubador
fisgou o meu conquistador
não de vencedor mas de vencido.

como um encouraçado no mar
revolto do teu negro olhar,
em tuas águas me sinto perdido!

Edilberto Abrantes.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Poeta da Semana: a poesia de Aline Gadelha da ASP no rádio sousense

Toda segunda-feira, na 104 fm, o Centro Cultural Banco do Nordeste Sousa apresenta durante uma hora, um programa estritamente voltado às manifestações artístico-culturais. Nesta programação que inclue notícias (inclusive com a programação semanal do CCBNB), música da melhor qualidade e entrevista com artistas não poderia faltar uma das mais belas artes: A POESIA.

Lá são recitadas obras de poetas, em sua grande maioria, sousenses e paraibanos. Neste dia 02 de novembro, inclusive, quem ligou o rádio teve o prazer de ouvir poesia sousense da gema, vinda da inspiração de uma das mais promissoras poetas dessa nova geração que integra os quadros da Academia Sousense de Poesia. Falo de Aline Gadelha...a que está vivíssima morando no Jardim Sorrilândia e repleta de bons versos pra todo o sertão ler, ouvir e aplaudir(de pé!)... Deixamos aqui nossas congratulações ao professor Celso (do CID GEO) que há quatro anos e meio vem incentivando esta jovem sousense rumo a leitura de autores que passaram a inspirar essa obra e mantendo Aline Gadelha firme no seu exercício de poeta.

Na hora do almoço, os versos desta filha poética de Vinicius de Moraes de apenas quatro anos de poesia, voaram por todo o sertão no programa CULTURA DE TODO MUNDO. Entre as poesias que foram apresentadas estavam “a Noite” e “Pássaros Livres”. Duas poesias que esperamos que sejam publicadas em livro em breve. Não dá mais pra Sousa, nas portas de 2010, ter um poetiza dessas com poemas engavetados.

Portanto, tá feito o registro dos ouvintes da poetiza que está sendo chamada de “flor do vale”: Aline Gadelha, a nossa Poeta da Semana.

domingo, 1 de novembro de 2009

Memórias de um velho vaqueiro...

De cima do meu cavalo eu via o mundo! via a rês humilhada quando perseguida pela minha tenacidade e desejo voraz de subjulgá-la aos meus caprichos de vaqueiro, ao quebrar seu rabo na minha mão enluvada de couro cru por entre garranchos e carrapichos e os espinhos da Jurema Preta entre serras e serrotes e campinas... Via o meu vigor de sertanejo, de homem do campo nos meus trinta anos de idade resplandecer nos forrós da região, nos arrastapés de chão batido nos braços das mais belas caboclas; nas queda-de-braços com os amigos de farras; na preparação da terra para o plantio, nos fogos de brocas, eu me sentia o próprio fogo queimando no baixio tal era a força que carregava comigo. Com meu traje de mescla, chapéu e botas de montaria,uma doze polegadas na cintura e um revólver 38 carregado até a boca, eu me sentia senhor do mundo. Não temia a fome, a peste, perigo fosse de onde fosse... não temia nada! Nada me amedrontava, me fazia recear, mesmo que fosse de origem desconhecida. Derrubava no braço um touro no mourão! Cortava sozinho a golpes de facão qualquer que fosse a quantidade de mato. Para mim não havia limites! Para mim não havia limites! Das mulheres que amei, não guardo muita lembrança, porque me entreguei por amor a uma delas, e esta se vingando de todas as mulheres do mundo, as que fiz sofrer e as que nem conheci, bagunçou a minha vida e tirou tudo de mim! Tirou-me a paz de espírito e toda a serenidade que um homem deve ter no fim de sua vida.Afastou-me de tudo que eu gostava: filhos, parentes, amigos, o campo.
Estou preso ao passado, recluso no presente, preso numa garrafa boiando num rio, pagando meus pecados por acreditar que não temia nada, que nada poderia me atingir nesta vida, engano meu! A velhice é um mal irreparável, ireversível, não tem escapatória.
Caí do cavalo! Não dancei aquele forró com maricota por achá-la velha e feia! Boi brabo e burro chucro nao foram páreo para mim, a velhice o foi!
Sinto-me invisível, vegetal, esperando o meu dia chegar, sentado nesse cavalo de ferro de quatro rodas em vez de quatro patas, é moderno mas alguem precisa empurrar para se mover; não pulo cercas com ele, nem dou voltas no mourão para amansá-lo, domá-lo, é só não me mover em falso que tudo bem, consigo ficar imune ao perigo, sair sem nenhum arranhão. A vida de um velho vaqueiro resume-se a isso: uma velha cadeira de rodas, muitas histórias para contar e quase sempre ninguem para escutar, para lhe dar atenção, o campo não desperta mais curiosidade nenhuma. É a vida.

Edilberto Abrantes

Refém!


Tenho medos dos olhares
Tenho medo dos lugares
do lugar comum...
Tenho medo da diferença
do radicalismo da crença
que me vê menos um!

Na sua ótica separatista
e sua visão machista
sou apenas alguem na multidão
com minha falta de sorte
sofrendo o revés do corte
de que é vítima todo cidadão

Tenho medo de mim mesmo
irado, provocado e vesgo
refém de um desconhecido
de equilíbrio duvidoso
extremamente orgulhoso
e nele ser reconhecido

como alguem capaz
de guerra, e de paz
doce, salgado e amargo
um ser humano imprevisível
de sentimento indivisível
e o sofrimento como encargo.


Edilberto Abrantes.

sábado, 31 de outubro de 2009

Acordem Poetas!


Convoco todos os poetas sousenses a participar da academia sousense de poesia de forma ativa, participando de nossas reuniões e acima de tudo com um envolvimento consistente para que possamos levantar essa instituição de grande relevância para todos os poetas do alto sertão da paraíba e da região de Sousa. Por que será que o poeta é tão desligado com os movimentos que dão sustentação a efervecência do nosso povo, à emancipação de nossas ideias e pensamentos; de nossos medos, nossos fantasmas? por que será que os poetas não saem das tocas em tempos de frio, de clima ameno? e ficam hibernando como os ursos, sem a menor razão para saírem à caça? é preciso urgentemente que poetas e ativistas culturais, e gestores e produtores culturais se deem as mãos em torno desse importante seguimento que é a cultura. As mudanças estão chegando e é necessário que fiquemos antenados com as tranformações que estão mudando o nosso quintal, a nossa esquina, a nossa comunidade. Estamos com um Centro Cultural no centro da cidade de Sousa e não vemos quase sempre poetas e músicos, artistas plásticos, artesãos, escritores comparecendo ao centro para assistir a sua programação. O CCBNB/Sousa-PB tem trazido para esta terra os maiores artistas do País entre músicos, artistas, escritores, eventos culturais como o Seminário da Diversidade Cultural, o Seminário de Políticas Públicas e mesmo assim, o público é pífio. O que nós, enquanto artistas queremos, para esta cidade? enquanto cidadão, então? Como exigir da sociedade que participe dos eventos culturais, se nós mesmos artistas somos desarticulados, desinteressados, e não nos movimentamos para mudar esse estado de letargia que acomete todos os que se dizem do meio artístico e cultural? Não é a toa que as bibliotecas estão entregues as traças! Acordem poetas sousenses! Fazer poesia é fazer-se conhecer tambem. É participar dos movimentos, dos eventos, das transformações sociais e políticas; ninguem faz isso dormindo, no anonimato, no obscurantismo das ações. É preciso ser poeta, antes ser cidadão e participar da vida e dos acontecimentos da cidade.

Edilberto Abrantes